segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quero

Quero ser completo
Quero completamente

Quero trocar a efemeridade do sonho humano
Pela atemporalidade do sonho imortal

Quero, dos pedacinhos, pedacinhos

Quero a pele macia do bebê
Quero as amizades da infância
Quero a liberdade adolescente
Quero a responsabilidade do adulto
Quero a experiência dos mais velhos

Quero a proteção de recém-nascido
Quero os sorrisos de criança
Quero o faz-de-conta infantil
Quero a expectativa do adolescer
Quero as descobertas da puberdade
Quero a maturidade da vida adulta
Quero a sabedoria do envelhecer
Quero a essência
Quero...
Por: Arthur Rocha.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Beleza Fundamental

O que antigamente só era efetivado em artistas famosos e prostitutas de luxo, hoje é tão comum quanto ir ao supermercado. As intervenções cirúrgicas são feitas por homens e mulheres das mais discrepantes idades e nacionalidades com o objetivo de reestruturar o corpo ou o rosto, tornando-se, supostamente, mais felizes. Entretanto, será que a felicidade realmente se encontra por trás das lâminas de um bisturi, canos de lipoaspiração ou aparelhinhos de massagem que derretem gordura?

Há indícios de modificações estéticas no ser humano desde civilizações viventes 7000 anos a.C. Nesse tempo, eram feitas pequenas intervenções cirúrgicas, como implantes de dentes; atualmente, o primeiro lugar nas cirurgias feitas em todo mundo não é para o implante dentário como no Egito antigo, mas sim para as lipoaspirações do século XXI.

As tecnologias se desenvolveram tanto que já se é possível alterar a estatura de um indivíduo em até dez centímetros, como também alterar a estrutura da língua para adaptá-la a uma melhor pronúncia no inglês. No entanto, até onde é válido se arriscar numa plástica?

Há quem não pense duas vezes antes de fazer uma correção de nariz, queixo, barriga, seios, mandíbula, etc. Contudo, vale ressaltar que qualquer procedimento cirúrgico – seja com finalidade estética ou não – exige o acompanhamento de um bom profissional na área da saúde, boa instituição onde será realizada a cirurgia e também é necessário seguir à risca todas as recomendações médicas prescritas, ou seja, nada de querer voltar às atividades cotidianas antes do tempo prescrito de recuperação.

Os cuidados com a aparência sempre foram presentes na humanidade. Todavia sempre existiram os chamados “padrões de beleza” em determinadas épocas os quais sempre estavam se modificando de acordo com a evolução dos povos, a mídia, a mudança dos valores e costumes da sociedade, a influência das musas do cinema e da TV e a moda. Como exemplo dessa evolução dos chamados “padrões” temos, no período renascentista, mulheres mais rechonchudas - o que representava fartura; por volta das décadas de 50 e 60 a mulher-violão – cintura fina, quadris largos; já a partir dos anos 80 iniciou-se a tendência “mulher tábua” - com um exacerbado culto à magreza. Daí para cá, as modelos que sempre conquistaram as platéias e passarelas passaram a conquistar o gosto do povo: Gisele Bündchen, Daniela Cicareli e tantas se tornam as musas e donas da verdadeira beleza. Foi então que as aulas de aeróbica nas academias de ginástica e a lipoaspiração deslancharam, tornando o culto ao corpo sarado com músculos definidos o sonho de qualquer um. As academias e spas lotam, o mercado para os personal trainers surge demasiadamente ampliado e os apetrechos milagrosos mostrados na televisão que prometem deixar qualquer um em forma em pouco tempo são vendidos como água no deserto.

Mas, independentemente da época, os “padrões de beleza” nem sempre contemplam a maioria das pessoas, tornando a vida delas uma verdadeira ditadura – dessa vez, não da Era Vargas, mas da Era Bündchen. Desde criança, meninos e meninas brincam com Barbies e Max Steels que, inconscientemente, já ditam modelos a seguir. É desse modo que, cada vez mais precoce, as vítimas dessa ditadura sofrem com doenças já tão conhecidas e divulgadas por veículos comunicativos - a bulimia e anorexia; além de outras, não tão repercutidas, como a vigorexia, drunkorexia e ortorexia.

A boa forma, a saúde e a beleza devem ser priorizadas, entretanto a população deveria alcançar esses méritos com exercícios saudáveis e alimentação adequada. O que não ocorre, pelo contrário: as pessoas ingerem alimentos inapropriados e altamente calóricos já visando a, posteriormente, retificar a problemática numa mesa de cirurgia, tomando altas doses de remédios ou exagerando na série de exercícios, transpassando seus limites. Não é por acaso que os Estados Unidos não somente são os campeões do maior índice de população obesa do mundo - e quanto fast food! – quanto de execuções de plásticas interventoras e corretivas.

A tão famosa frase do escritor Vinícius de Moraes "As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental" não deve ser levada tão ao pé da letra. Afinal, se a beleza está nos olhos de quem vê, de que adianta está sempre se enquadrando aos padrões da mídia? O importante é ter saúde e se sentir bem consigo.

Por: Arthur Rocha.

sábado, 6 de junho de 2009

Semana do Meio Ambiente em Natal.

Ontem, dia 5 de Junho, foi dia mundial do Meio Ambiente (data criada pela ONU em 1972 na Conferência das Nações Unidas). Para tal data, foi organizada, na cidade do sol, a Semana do Meio Ambiente em Natal, que teve início dia 30 de Maio e termina hoje dia 06 de junho, com várias atividades ligadas à preservação ambiental.
Foram distribuídos cartazes como este, contendo todo o programa de atividades dessa semana do meio ambinte na nossa cidade:


Dentre essas atividades, tivemos blitze ecológica e distribuição de mudas de árvores, cartilhas e lixeirinhas no Largo do Machadão, em Lagoa Nova, no Norte Shopping, na avenida Roberto Freire e na praça Augusto Leite; e o projeto praia limpa na Praia do Meio.

Houve também, no shopping Midway Mall (3º piso), o corredor ecológico em que os visitantes puderam conferir uma espécie de labirinto no qual, ao longo de seu trajeto, são mostradas as ações do ser humano sobre a natureza, como a poluição sonora, a urbanização desordenada, o aquecimento global, o lixo.

Dorian Gray, Flávio Freitas, Canindé Soares (fotógrafo), Sayonara Pinheiro, Jean Sartief, Isaías Ribeiro, Selma Bezerra e Adriana Lopez participaram do evento expondo seus trabalhos artísticos sobre o meio ambiente.

A atração inovadora do evento ecológico foi a “calculadora ecológica”, programa em computador com o qual os visitantes poderiam saber, individualmente, sua quantidade de emissão de dióxido de carbono (CO2) no planeta. Para chegar ao resultado, o visitante responde a cinco perguntas e, em seguida, o programa diz quantas árvores deverão ser plantadas por ano para que haja uma compensação na quantidade de emissão de gás carbônico no mundo por parte do visitante.
O corredor ecológico esteve à disponibilidade até a sexta-feira (05 - 06), das 10h às 22h e a entrada era gratuita.

Por: Arthur Rocha.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Desenvolvendo tecnologias e problemáticas - Filme Tempos Modernos.

Os avanços na tecnologia e no campo científico trouxeram, sem dúvida, muitos benefícios à vida diária humana, todavia, como explicitado de maneira grandiosa e bem humorada por Charles Chaplin na obra cinematográfica “Tempos Modernos”, tanto desenvolvimento tecnológico acabou também desenvolvendo sérias conseqüências para a sociedade.
Uma dessas é a exploração do trabalho humano nas indústrias, obrigando os trabalhadores a abandonarem a produção artesanal – típica do período que precedeu a Revolução Industrial – e ingressarem num trabalho repetitivo e especializado, dominando apenas parte da produção e perdendo o conhecimento sobre as demais. Situação vivenciada por Carlitos (personagem de Chaplin em “Tempos modernos”), que perde seu emprego na fábrica onde apertava parafusos e onde fora sempre induzido a desempenhar seu trabalho sem contestar ou ter consciência do que fazia, passando, em seguida, a trabalhar num novo emprego: na construção de um navio. Lá, o ex-operário – tão habituado as suas tarefas repetitivas na indústria – não conseguia desenvolver uma atividade simples quanto achar um pedaço de madeira específico, coisa que lhe exigia capacidade de raciocínio maior que a qual estava acostumado.

Associada a exploração do operário temos a falta de direitos trabalhistas, que não impediam os chefes e donos de fábricas de obrigarem seus empregados a cansativas 12 e até 14 horas de serviço, muitas das vezes sem pausa para almoço – como é visto em “tempos modernos” a construção de uma máquina que poupa o trabalhador do intervalo para almoço, fazendo-o produzir mais e ampliar, assim, a rentabilidade e lucratividade da empresa.


Outra conseqüência é o acirramento das desigualdades sociais – fator já existente desde as antigas civilizações, quando passou a haver, dentro de uma mesma aldeia, diferenciação do trabalho executado por indivíduos distintos. As classes baixas continuam na luta por um emprego nas grandes indústrias e propriedades das classes altas que, por sua vez, enriquecem ainda mais com a exploração do trabalho operário. Vemos, no filme, tal fato quando Carlito está sentado ao lado de uma senhora rica e bem aparentada e os dois tomam do mesmo café que acaba por fazer mal, conseqüentemente, a ambos. A mulher toma um medicamento para aliviar a sensação, todavia Carlito se vê sem esse recurso, uma vez que se trata de um privilégio das altas classes e não da massa operária.

Tem-se também a questão do consumismo, tão difundido com a expansão do capitalismo logo após a Revolução Industrial. As máquinas estavam a todo vapor e para tantos produtos sendo fabricados é necessária uma política consumista ser disseminada entre a população, deixando-a apta a consumir tanto quanto for necessário para esvaziar as prateleiras e mais produtos serem confeccionados, assim, aumentam-se os negócios e ampliam-se os lucros – palavra tão apreciada no sistema econômico capitalista.
Observa-se isso quando Carlito e sua companheira passam uma noite numa loja de departamentos, usufruindo toda a mercadoria que talvez, nem em cem anos de trabalho, teria condições de obter. A moça se enaltece pelos casacos de pele, brinquedos e artigos de luxo que pode desfrutar na loja que Carlito trabalhava como vigia noturno.

Há, ainda, a repressão aos trabalhadores que não podem reivindicar seus direitos, sendo acusados de comunistas por parte das autoridades policiais; as classes baixas sendo obrigadas a se satisfazerem com o mínimo de recursos para sua sobrevivência; a falta de infra-estrutura das cidades que não conseguem comportar tanta gente vinda do campo com a utopia de progredir no desenvolvimento da cidade grande, o que acaba por gerar indivíduos como Carlito e a moça, pobres, desempregados, sem moradia ou residindo em barracos e roubando comida para se sustentarem.

Os tempos modernos não só desenvolveram o progresso científico-tecnológico-informacional, como também desenvolveram uma série de deficiências sociais. A facilidade e os benefícios trazidos com a modernidade se diluem na desigualdade, na criminalidade, na perda de valores, no descaso com os recursos naturais, na favelização, na falta de infra-estrutura urbana, no inchaço das metrópoles e no aumento da violência. Assim como metaforizado em “Tempos modernos”, a máquina que engole Carlito na fábrica é uma demonstração de que a tecnologia pode, realmente, devorar o homem e esse processo ocorre devido todas essas problemáticas engajadas ao moderno.

Por: Arthur Rocha.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...