segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Afetividade contemporânea: um olhar sobre os relacionamentos familiares e amorosos



A configuração familiar, com o clássico modelo homem e mulher que se casam, tem filhos e ficam juntos até que a morte os separe, vem modificando-se no decorrer dos tempos com o surgimento das novas formas de agrupamento familiar, onde se tornam cada vez mais frequentes os divórcios, recasamentos, mães solteiras, reprodução independente e as uniões homossexuais. A figura do homem como chefe de família, responsável pelo sustento financeiro, e a da mulher como educadora dos filhos e organizadora do lar vem sendo reconfigurada e as funções estão mais compartilhadas.

Somado a todas essas mudanças, as características sociais como o consumismo, a busca da felicidade imediata e o individualismo vêm transformando, de forma radical, as relações afetivas não só entre pais e filhos como também entre quaisquer indivíduos da sociedade contemporânea. Hoje, é comum encontrar pessoas com seus fones de ouvido, notebooks, celulares etc., exercendo uma relação que até pouco tempo atrás era tida como uma forma alternativa de manter comunicação entre os indivíduos e que agora se tornou primordial.

O surgimento da internet e de novos meios de comunicação, ao mesmo tempo em que facilitou a vida de muita gente, também foi o responsável pelas novas formas de relacionamentos: as pessoas estão mais isoladas em um “mundo particular” e compartilham suas emoções por meios virtuais. As pessoas não conhecem bem umas as outras mesmo sendo, muitas vezes, tão próximas, e os relacionamentos estão mais efêmeros e supérfluos.

No contexto familiar, o filho passa a ocupar o papel de aluno, uma vez que os pais destacam, exageradamente, a vida escolar das crianças como um elemento mediador de suas relações, e os pais tornaram-se meros financiadores, pois os filhos os enxergam apenas como os responsáveis pelo seu sustento.

A convivência com os outros, a construção das virtudes e da moral familiar, a transmissão de ensinamentos, histórias, princípios e tradições vêm perdendo terreno, o que, segundo alguns estudiosos, trata-se do declínio das relações sociais. O desafio que nos resta, em um momento de transição e crise que estamos passando, é refletir a respeito destes fenômenos e buscar novas maneiras de encarar antigas tradições.



Por: André Araújo

2 comentários:

  1. Eu , como educadora fico feliz por ver um jovem com esse pensamento, voltado pelos valores familiares, emocional e humano. Que bom que vc pensa assim. Belo texto, nas próximas reuniões pedagógicas vou ler o seu texto para todos.
    Continue assim.
    Abração!

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  2. Obrigado Dora. Fico feliz que tenha gostado do texto e que vá lê-lo nas suas próximas reuniões pedagógicas.
    Abraço!
    Continue visitando nosso blog ;)

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