sábado, 16 de outubro de 2010

Conversa de amigo

Estava revirando umas gavetas velhas e achei um texto que escrevi numa visita da psicóloga da minha ex-escola quando eu ainda fazia o prévestibular. Achei engraçado, nem lembrava que esse texto ainda existia. Me lembrei das conversas que tinha com meus amigos, das que tenho hoje, 2 anos depois, da incerteza que foi escolher qual curso fazer vestibular, das incertezas que são tão típicas da vida. Enfim, resolvi compartilhar ele aqui com vocês, tenho certeza que alguém já deve ter tido uma conversa dessas com alguem amigo:

Olhava perdida para o céu, as pernas reconfortadas sobra uma cadeira semelhante a qual estava sentada e s livros todos empilhados na pequena e retangular mesinha de madeira envernizada. Aproximei-me cautelosamente, procurando não transpor o meu nervosismo ao ambiente, mediante cada largo passo que minhas trêmulas pernas davam. Pus a mão em seu ombro esquerdo.

- Fiquei sabendo do ocorrido - comentei por entre os dentes - quero falar sobre o assunto.

Marília fez que sim com a cabeça, anuindo. Fez-me um gesto com as sobrancelhas que identifiquei, significava "sente-se".

- John, não acredito que voce irá embarcar na próxima semana. Não posso deixar que vá - dizia ela - como irei ficar só?

- Você sabe que minha família e os meus amigos são o que tenho de mais precioso, porém não posso abrir mão de uma oportunidade como essas - completava - é a minha grande chance de me expandir como jornalista.

E com quem irei contar nos bons e maus momentos? - ingadou-me soluçando.
Não tenha medo de pedir a ajuda de outros somente para não parecer fraca. Você tem sua família, sua faculdade aqui, ainda há muitas oportunidades esperando que você as agarre. O respeito vem acima de tudo - ela me fitava aturdida - você precisa respeitar a minha decisão.

- Imagine você, que sempre foi tão carismático e divertido, logo logo irá conseguir novos amigos, seu tão desejado sucesso profissional, não que você não mereça - parecia tentar despistar - sei que se esforçou e esudou muito, não por acaso conseguiu esse estágio em São Paulo assim que terminou a faculdade. Mas o fato é que nunca mais retornará para nos vermos.

- A única coisa da qual sinto-me na obrigação de aconselhá-la é que eu estou indo na busca por aquilo que desejo - olhei diretamente no fundo de seus olhos castanhos - e você deveria fazer o mesmo. Seu sonho sempre foi fazer teatro, então de que adianta concluir a faculdade de direito inteiramente por vontade de seus pais? - agarrei-lhe as mãos - lembre-se que nunca é tarde para mudarmos nosso caminho. Quem sabe se dramatizando você sentirá menos a minha falta?

Ela sorriu e me abraçou. Parecia concordar.

Depois que li, comecei a refltir sobre a personalidade de Marília, no fundo no fundo ela me parece ter ao mesmo tempo um amor reprimido e uma inveja possessiva do amigo . Mas e o que vocês acham?
Por: Arthur Rocha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...