domingo, 31 de outubro de 2010

Quando a brincadeira deixa de ser divertida


Esqueleto humano. Essa era a forma como Carlos Oliveira (nome fictício para manter a identidade do jovem preservada) era chamado na escola pelos demais alunos da classe. Alto, magro e tímido, ele sempre sentava no fundo da sala e evitava falar com qualquer um. Diariamente, o jovem de 14 anos era alvo não só de apelidos maldosos, como também de brincadeiras violentas. Chegou-se ao ponto de fazerem uma votação entre os alunos da escola para saber quantos o detestavam e o queriam fora da classe. A situação até amenizou depois que Carlos disse não gostar desse tipo de “brincadeiras”.

Thais Silva (nome também fictício), 24, há quatro anos teve sua conta, numa rede social da internet, alvo de recados com ameaças e ofensas por gostar de moda e ter sido uma das primeiras da faculdade a ter um novo modelo de celular pink. O infortúnio partia de um perfil chamado Bozo e com a foto do famoso palhaço. Thais chegou a ser ameaçada de seqüestro por Bozo, que garantiu levá-la junto com o celular rosa. Quatro meses depois, a conta foi ativada como um perfil normal e a universitária descobriu quem era o palhaço. Ela não reagiu, mas até hoje não entende o porquê da garota ter feito tudo isso.

Ana Paula (nome fictício), 15 anos, deficiente física, fã de bandas de rock e de reality show, criou um fake no Orkut para conversar com outros perfis da rede. Um perfil sem fotos a adicionou e começou a fazer ameaças, além de adicionar suas amigas e dizer que Ana falava mal delas para outras pessoas. As amigas da escola acreditaram e se afastaram dela, chegando a uma discussão em que uma delas tentou derrubar Ana de sua cadeira de rodas. Indignada com o caso, a mãe da jovem contratou um advogado e levou a polícia na escola. Ana Paula contou para uma de suas amigas que o advogado iria descobrir quem era o autor do perfil que a estava ameaçando; sua amiga ficou nervosa e pediu para que deixasse o caso de lado. Uma hora depois o perfil fake foi deletado da rede. Ana Paula mudou de turno e estuda em uma outra turma para não ter que esbarrar com suas antigas amigas.

Esses três jovens são casos práticos de bullying, que vem se tornando cada vez mais freqüente no Brasil e no mundo. Bullying é um termo em inglês que grosseiramente poderia ser traduzido com “tiranizando”. É uma expressão utilizada para descrever todas as formas de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivas, exercidas por um ou mais indivíduos com o objetivo de intimidar e agredir outras pessoa sem ter possibilidade ou capacidade de se defender.

Segundo pesquisa realizada pela ONG Plan Brasil com 5.168 alunos em cinco regiões do país, 10% deles já sofreram ou praticaram bullying. Com relação ao cyberbullying – tipo de bulliyng praticado na internet, com os mesmos objetivos (ridicularizar, humilhar, ameaçar) - 16,8% foram vítimas e 17,7% praticaram. Esses valores permitem concluir que o bullying na rede já é mais freqüente que ao vivo. Thais e Ana Paula se encontram nesses 16,8%, junto com tantos outros jovens e crianças que não encontram na escola nenhum programa de enfrentamento ao bullying, assim como muitas vezes não contam com a ajuda dos pais que somente culpam a escola, e todos ficam nesse jogo de empurra-empurra.

É difícil haver uma denúncia por parte da vítima. Isso se dá porque apontar os que praticam o bullying pode agravar a situação e pelo sentimento de humilhação que é passar pelo bullying e declarar que passou. É uma dupla sensação de impotência, de fraqueza. E tudo pode acabar sendo visto com apenas uma “grande brincadeira”, no entanto, é preciso deixar clara a diferença: é brincadeira quando há equilíbrio e espaço para todos e não quando aquele que tem mais força, física ou psicológica, humilha o mais fraco, que apresenta aspectos psicológicos como timidez e baixa auto-estima.


Por: Arthur Rocha e André Araújo

sábado, 16 de outubro de 2010

Conversa de amigo

Estava revirando umas gavetas velhas e achei um texto que escrevi numa visita da psicóloga da minha ex-escola quando eu ainda fazia o prévestibular. Achei engraçado, nem lembrava que esse texto ainda existia. Me lembrei das conversas que tinha com meus amigos, das que tenho hoje, 2 anos depois, da incerteza que foi escolher qual curso fazer vestibular, das incertezas que são tão típicas da vida. Enfim, resolvi compartilhar ele aqui com vocês, tenho certeza que alguém já deve ter tido uma conversa dessas com alguem amigo:

Olhava perdida para o céu, as pernas reconfortadas sobra uma cadeira semelhante a qual estava sentada e s livros todos empilhados na pequena e retangular mesinha de madeira envernizada. Aproximei-me cautelosamente, procurando não transpor o meu nervosismo ao ambiente, mediante cada largo passo que minhas trêmulas pernas davam. Pus a mão em seu ombro esquerdo.

- Fiquei sabendo do ocorrido - comentei por entre os dentes - quero falar sobre o assunto.

Marília fez que sim com a cabeça, anuindo. Fez-me um gesto com as sobrancelhas que identifiquei, significava "sente-se".

- John, não acredito que voce irá embarcar na próxima semana. Não posso deixar que vá - dizia ela - como irei ficar só?

- Você sabe que minha família e os meus amigos são o que tenho de mais precioso, porém não posso abrir mão de uma oportunidade como essas - completava - é a minha grande chance de me expandir como jornalista.

E com quem irei contar nos bons e maus momentos? - ingadou-me soluçando.
Não tenha medo de pedir a ajuda de outros somente para não parecer fraca. Você tem sua família, sua faculdade aqui, ainda há muitas oportunidades esperando que você as agarre. O respeito vem acima de tudo - ela me fitava aturdida - você precisa respeitar a minha decisão.

- Imagine você, que sempre foi tão carismático e divertido, logo logo irá conseguir novos amigos, seu tão desejado sucesso profissional, não que você não mereça - parecia tentar despistar - sei que se esforçou e esudou muito, não por acaso conseguiu esse estágio em São Paulo assim que terminou a faculdade. Mas o fato é que nunca mais retornará para nos vermos.

- A única coisa da qual sinto-me na obrigação de aconselhá-la é que eu estou indo na busca por aquilo que desejo - olhei diretamente no fundo de seus olhos castanhos - e você deveria fazer o mesmo. Seu sonho sempre foi fazer teatro, então de que adianta concluir a faculdade de direito inteiramente por vontade de seus pais? - agarrei-lhe as mãos - lembre-se que nunca é tarde para mudarmos nosso caminho. Quem sabe se dramatizando você sentirá menos a minha falta?

Ela sorriu e me abraçou. Parecia concordar.

Depois que li, comecei a refltir sobre a personalidade de Marília, no fundo no fundo ela me parece ter ao mesmo tempo um amor reprimido e uma inveja possessiva do amigo . Mas e o que vocês acham?
Por: Arthur Rocha.

sábado, 9 de outubro de 2010

A nota

Ventava muito, o jornalista acordou para fechar a janela do quarto e barrar todo aquele frio. Alguns goles de café forte e sem açúcar antes de sair de casa. Ele nunca deixava de tomar o tal café, era a única coisa que, segundo ele, o mantinha aceso na redação o dia todo.
Na cozinha, passava os olhos ao acaso quando pousou a vista sobre o calendário de parede. Era primeiro de novembro e o único pensamento que lhe veio a mente naquele instante foi de como escrever um texto diferente, talvez inovador para o dia de Finados. Todos os anos, seu chefe de redação sempre lhe confiava o espaço do jornal destinado a essa efemeride. Mas o que poderia fazer?

Deu bom dia à secretária, à moça do café, a seu Antônio entregador de encomendas, mas todos pareciam tão ocupados que não o responderam. Dirigiu-se à terceira sala do corredor e achou estranho a porta estar aberta, pelo menos não precisou nem tirar a chave do bolso.

Mais uma coisa chamou a sua atenção: onde estariam as coisas de sua mesa? Suas pastas? Seus arquivos? Talvez Dalva os tivesse tirado para fazer a limpeza da sala. Não importa, faria seu trabalho assim mesmo.

As horas se passavam, os dedos cansavam, mas com afeição ao seu trabalho, o jornalista, por fim, terminou. Deixou o texto na mesa do editor do jornal para ser revisado e publicado na edição de amanhã.

Achou estranho ninguém o ter procurado em sua sala durante todo  o turno, o que normalmente nunca acontecia, no entanto, deixou sua sala, cruzou o corredor e saiu de fininho - não queria que Geraldo reparasse que ele já estava de saída, afinal, não seria a primeira nem a sétima vez que seu colega de trabalho se aproveitaria, segundo ele, de sua boa vontade, ainda por cima, seu Geraldo Pulmão Podre tinha o péssimo hábito de fumar dentro do carro e  nem para jogar as piubas no lixo, sempre ficavam no assoalho do veículo.

Ventava muito, o jornalista mais uma vez acordou para fechar a janela do quarto e barrar todo aquele frio. Mais alguns goles de café forte e sem açúcar. Como era dia de Finados não foi à redação e sentou no sofá cinza da casa sem muito requinte onde morava sozinho. Pegou o jornal do dia para ver as notícias, e mais, para ver o texto feito por ele no dia anterior.

Que estranho. Passava as páginas, mas nem sinal do texto. Folheou de trás para frente, de frente para trás e nem sinal. Abriu numa página aleatória. Viu uma pequena nota com sua foto. Resolveu ler. O jornal da Manhã havia publicado uma homenagem ao grande jornalista que muito contribuiu para a empresa e já não estava mais entre nós.

Por: Arthur Rocha.

sábado, 2 de outubro de 2010

Observação intervalar

Estou sempre observando e criando mentalmente histórias sobre as pessoas. Elas, ou fazem cara de mal para ninguém lhes dirigir a palavra ou fazem cara de modelo para aparentar indiferença e beleza. De longe, imagino os dramas de cada um e vou tecendo histórias.

Estou em intervalo de aula e resolvi permanecer em sala, até a chegada do professor. Tem um grupo de amigas sentadas, bem à minha frente, que conversam e riem sobre seus problemas familiares. Camila, fala de sua prima, que tem problemas de dicção e troca o “r” pelo “s”, dando alguns exemplos de situações e ri ao lembrar-se de tanta coisa que já presenciou. Camila é uma garota alegre e gosta de conversar, nasceu com uma doença que causou má formação de membros superiores e inferiores, causando-lhes dificuldades para andar e manusear objetos. Mesmo assim, ela parece superar esse problema com certa facilidade, mas me vem à mente o quanto foi difícil para ela se acostumar com a idéia de ser “diferente”, como ela se adaptou às situações. Não deve ter sido nada fácil nem engraçado quanto à conversa que ela tem com as amigas.

Em outro canto da sala, Raquel, Felipe e Luciana discutem sobre o preconceito que Raquel está enfrentando por ser lésbica. Ela diz que está difícil aguentar a rejeição das pessoas, das quais ela achava que mais teria apoio, como amigos e familiares. Os dois colegas tentam consolá-la com um: “calma, isso vai passar”, e ela firmemente pergunta “quando?”. Está triste e afirma que as pessoas não entendem e não estão preparadas para aceitar a felicidade dos outros, como eles são. Os amigos concordam e tentam erguer sua autoestima, com brincadeiras e lembranças de acontecimentos passados e engraçados. De certa forma, ela sente-se confortada por eles.

O grupo de amigas em minha frente continua empolgado na conversa. Agora, mais uma juntou-se a elas, foi Carol quem chegou e está falando sobre o professor de história que, frequentemente, sorteia brindes em suas aulas e ela nunca tem a sorte de ganhar nada, diz que seu “santo é fraco”. Já Manu, fala que sempre teve muita sorte e desde pequena ganha quase tudo que concorre. Isso foi um gancho para os assuntos da infância delas e a mesma Manu, tão cheia de sorte, começa, tristemente, a falar que sempre foi muito sozinha, nunca tinha ninguém para brincar, já que sua única companhia era seu irmão mais velho, que tinha muitos amigos e mal vivia em casa, e sua mãe que trabalhava praticamente o dia todo, além de controlar seus horários. Carol fala que até pode não ter tanta sorte com os brindes, mas é feliz com a infância que teve, gozando de certa liberdade e muitas amigas em sua casa para brincar. Começa a lembrar das várias brincadeiras de criança e isso faz Manu refletir sobre sua sorte: “será maior ou menor que a da minha amiga? Para que ganhei tantos brinquedos se nunca tinha ninguém para partilhar suas alegrias? É tudo muito complicado”, prefere não pensar muito nisso e mudar de assunto.

Felipe e Luciana, antes em um clima meio tenso, agora riem e escutam a amiga Raquel falar sobre sua paixão, sua felicidade e a sorte de estar namorando há 10 meses com a pessoa que ela mais ama e que tanto admira, que tanto lhe dar forças para enfrentar o que está passando. Os amigos sentem-se felizes por ela e a abraçam.

No grupo, Érica está em dúvida e enlouquecendo com a escolha da roupa que irá usar na festa de sua cunhada e diz estar desesperada, pois não consegue achar um sapato que combine com seu vestido e já não sabe mais o que fazer. As amigas tentam ajudá-la, dando-lhes sugestões, mas ela não se conforma com nenhuma e verifica que, além de estar em dúvida com a escolha do sapato, nem sabe mais se realmente irá usar aquele vestido que planejava. Cessam-se as conversas. O professor chegou e hoje não tem sorteio, é chocolate para todo mundo da sala.

Afinal, quem tem mais sorte? Quem enfrenta o maior drama? Quem é mais feliz? Realmente tem dias que a paisagem de fora parece ser melhor. Num mundo onde tantos prezam falar para se expressar, há aqueles que observam para aprender e entender, imaginando a vida de quem passa sem pretensão de saber a “verdade”. Quem observa o outro, acaba aprendendo muito de si.


Por: André Araújo

domingo, 26 de setembro de 2010

Favor de político



Dona Cláudia acordou alvoroçada. Hoje era o último dia para retirar a segunda via do seu título de eleitor que havia perdido há uns três ou sete meses – tinha a lembrança “meia” fraca, como ela mesma costumava dizer – não se lembra nem ao certo como foi que perdeu, muito menos onde foi parar o tal do documento.

Fez o café do marido que saiu para trabalhar e colocou-se a gritar pelo nome dos três meninos frutos do seu casamento anterior: Antônio Carlos! Carlos Antônio! Antônio! Você deve estar pensando que o nome do pai dessas três crianças por sorte deveria ser Antônio. Muito bem, de certo que o leitor acertou. O sobrenome da família pouco importa, num país como o Brasil só gente importante é conhecida por sobrenome, e essa não é uma família de músicos, artistas, políticos, nem de médico formado com diploma.

Pegou o rumo, o que inclui 25 minutos na parada de ônibus e mais 50 para chegar ao cartório eleitoral. Agora sim, pensou ela. Estava no lugar certo. Dera uma viagem no dia anterior em vão, já que no cartório próximo a sua casa não estavam tirando segunda via, apenas fazendo reimpressão de título.

A fila era enorme, mas para quem já está acostumada a esperar na fila do posto de saúde para consultar o caçula com o pediatra; na do sopão em frente ao centro espírita que toda sexta-feira tem distribuição de janta; e para receber os medicamentos da mãe que tem diabetes – isso quando há os remédios - é besteira.

Tratou de fazer amizade com os que também aguardavam chegar sua vez. Em fila é sempre assim, todo mundo acaba se conhecendo, sabe como é... espaço é pouco, a gente é muita, é impossível não pisar no pé de ninguém sem querer, pedir desculpas e dali sair o maior papo – sempre se acha um conhecido em comum.

Eis que chega a vez de Dona Claúdia que fica angustiada ao perceber que não trouxera comprovante algum de que votara na eleição passada. Sem esse comprovante não é possível tirar sua segunda via, foi mais ou menos o que disse a mulher que a atendeu, só que através de grunhidos que mal dava para entender o que falava.
O que seria de Dona Cláudia não fosse o candidato a deputado que se disponibilizou prontamente a buscar o comprovante da senhora na casa dela? Só assim conseguiu sua segunda via do documento. Aliviada, viu o homem estender-lhe a mão, achou que seria um cumprimento, quando notou um papel pequeno que ele segurava. Entregou-lhe. Agora já tinha em quem votar no dia 3 de Outubro para deputado estadual.

Por: Arthur Rocha.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Enquanto isso, no restaurante...

Estômago: - Cara, manera aê com o que vai comer. Essa semana foi foda. Manda uns vegetais pra dentro, porque as coisas no intestino estão feias.

PRIMEIRO PRATO (800G): ARROZ, FEIJOADA, CUPIM, PICANHA, CORAÇÃO DE GALINHA E TOMATE.

Estômago: - Tá de sacanagem, né? Duas rodelas de tomate? E essas carnes mal-passadas? Pelo menos mastiga direito essa porra.

SEGUNDO PRATO (550G): ARROZ, COSTELA, PICANHA, ALCATRA E SALADA DE MAIONESE.

Estômago: - Chega de carne, cara, não cabe mais nada aqui. Lembra daquela úlcera? Tá faltando pouco pra cicatriz abrir. Tu quer fuder com tudo, né ? Manda um pouco de água.

BEBIDA 1: COCA-COLA 600ML

Estômago: - Seu imbecil, eu falei um pouco de água.

Eu: - Ué, Coca-Cola tem água. E ainda ajuda a dissolver a carne.

Estômago: - Coca-cola tem o inferno dentro, porra. Tá fudendo aqui com o suco-gástrico.

Esposa: - Amor, com quem você tá falando?

Eu: - Nada, não, tô pensando alto.

SOBREMESA: 300 gr DE PUDIM.

Estômago: - Eita porra, cabe mais não. Tá ouvindo?

Intestino: - O que tá acontecendo aí em cima? Que zona é essa?

Estômago: - O cara tá empurrando comida. Agora veio pudim pra dentro. Não sei mais o que fazer.

Intestino: - Vamos mandar direto.

Estômago: - O quê?

Intestino: - É isso aí, operação descarga.

Estômago: - Cara, o cérebro não vai gostar.

Intestino: - Foda-se o cérebro, ele nunca veio aqui em baixo pra saber como são as coisas.

Estômago: - Vamos dar mais uma chance pra ele. Eu acho que ele não vai mais…

BEBIDA 2: CAFEZINHO.

Estômago: - Filho de uma puta. Vou explodir.

Intestino: - Operação descarga iniciando. Anda, libera o canal do duodeno que eu já tô conversando com o esfíncter.

Coração: - Que que tá havendo aí embaixo? A adrenalina tá aumentando muito.
Intestino: - Operação descarga.

Coração: - Quem autorizou isso? O cérebro não me mandou nada.

Estômago: - Foda-se aquela geléia! Nem músculo tem.

Intestino: - É isso aê, foda-se essa geléia inútil. Vinte segundos pra abrir o esfíncter anal. Quero ver o ânus arder com esse suco gástrico.

Esposa: - Amor, você tá passando bem? Tá suando todo, aonde você vai?

Eu: - Preciso ir ao banheiro, urgente. Paga a conta e me espera no carro.

Esposa: - O que você comeu?

Eu: - Não sei. Acho que foi o tomate

terça-feira, 7 de setembro de 2010

#RT

Login, senha. Pronto. Já estava conectado aos mais de 500 followers no twitter. O dia parecia tão tedioso que nada lhe chamava atenção. Ainda ressentido pelo fim de seu último relacionamento, o internauta já havia decidido partir para outra. Mas, cadê a outra?

Foi então que @carolms sua amiga do curso de inglês deu RT no tweet de alguém que lhe chamou atenção. A foto era bonita, resolveu segui-la. E não deu outra, foi seguido de volta. Meio receoso de início, mas resolveu twittar com a nova follower. Depois de alguns twitts, já estavam mandando MSN e link do orkut por DM.

Pode parecer brincadeira, mas tudo isso ocorreu em velocidade de Internet nesse mundo überglobalizado. 1GB/s mantinha os dois estranhos interligados pelas redes sociais. Emoticons e winks descontraiam o papo, e os dois não paravam de trocar ideias. Já estavam compartilhando pastas com músicas e fotos compactadas para economizar KBs.

O internauta já nem lembrava mais do seu relacionamento virtual passado. Amor de 11 dias e 512Mb da memória RAM. Até durou muito, é o que dizem a maioria que convergem na ideia de que amor de Internet foi criado para não durar.

“te amo”, escreveu o internauta. Como é possível amar alguém que se conheceu há 8 horas?! Fizeram vídeo conferência e já podiam ver em tempo real um ao outro pela webcam. O que mais poderiam querer num relacionamento maduro, adulto, estável e sério de 8h?

Subnick no MSN e status do orkut com declarações de amor. Ele fazia o tipo romântico. Ela se divertia mandando beijinhos e abraços entre os avatares deles no buddy poke. Ambos mudaram relacionamento para “namorando” no perfil do Orkut. Até lastFM o internauta criou depois que sua parceira o convidou para participar de mais esta rede social da World Wide Web. Agora eles ouviam juntos a música tema do amor deles.

Passaram o resto do dia em love. Mesmo de madrugada, o amor não os deixava ficar offline ou sequer desligar o PC. Foram 18 horas de amor através da tela de LCD preta 17’’. Será que havia encontrado o amor da sua vida? Será que superaria os 11 dias de seu namoro mais duradouro? Perguntas como essa embalavam o nervosismo que o fazia ficar de pernas bambas ao teclar com a namorada.

Lá pelas tantas, a internauta fica off e não respondia aos chamados do amado. O que poderia ter acontecido? O internauta não parava de twittar a saudade que sentia e que estava desesperado. Nem lhe passava pela cabeça que a Internet da namorada havia caído e o servidor estava fora do ar.

Nem chegaram a comemorar o primeiro dia de namoro juntos, porque a internauta amada se desconectara da rede faltando duas horas para completar um dia inteiro de romance. Sem falar nos 23% restantes do download do vídeo da internauta com suas duas amigas dançando uma versão bizarra de “Single Ladies” que o tristonho internauta jamais assistiria por completo.

Ficou depressivo por cerca de 15 minutos quando, decidido, resolveu virar a página: criou um fake e foi beber todas numa boate virtual fake, com novos amigos fakes, música fake, comida fake. Quem sabe não encontraria uma fake estilosa dando mole por lá?

Por: Arthur Rocha

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Afetividade contemporânea: um olhar sobre os relacionamentos familiares e amorosos



A configuração familiar, com o clássico modelo homem e mulher que se casam, tem filhos e ficam juntos até que a morte os separe, vem modificando-se no decorrer dos tempos com o surgimento das novas formas de agrupamento familiar, onde se tornam cada vez mais frequentes os divórcios, recasamentos, mães solteiras, reprodução independente e as uniões homossexuais. A figura do homem como chefe de família, responsável pelo sustento financeiro, e a da mulher como educadora dos filhos e organizadora do lar vem sendo reconfigurada e as funções estão mais compartilhadas.

Somado a todas essas mudanças, as características sociais como o consumismo, a busca da felicidade imediata e o individualismo vêm transformando, de forma radical, as relações afetivas não só entre pais e filhos como também entre quaisquer indivíduos da sociedade contemporânea. Hoje, é comum encontrar pessoas com seus fones de ouvido, notebooks, celulares etc., exercendo uma relação que até pouco tempo atrás era tida como uma forma alternativa de manter comunicação entre os indivíduos e que agora se tornou primordial.

O surgimento da internet e de novos meios de comunicação, ao mesmo tempo em que facilitou a vida de muita gente, também foi o responsável pelas novas formas de relacionamentos: as pessoas estão mais isoladas em um “mundo particular” e compartilham suas emoções por meios virtuais. As pessoas não conhecem bem umas as outras mesmo sendo, muitas vezes, tão próximas, e os relacionamentos estão mais efêmeros e supérfluos.

No contexto familiar, o filho passa a ocupar o papel de aluno, uma vez que os pais destacam, exageradamente, a vida escolar das crianças como um elemento mediador de suas relações, e os pais tornaram-se meros financiadores, pois os filhos os enxergam apenas como os responsáveis pelo seu sustento.

A convivência com os outros, a construção das virtudes e da moral familiar, a transmissão de ensinamentos, histórias, princípios e tradições vêm perdendo terreno, o que, segundo alguns estudiosos, trata-se do declínio das relações sociais. O desafio que nos resta, em um momento de transição e crise que estamos passando, é refletir a respeito destes fenômenos e buscar novas maneiras de encarar antigas tradições.



Por: André Araújo

sábado, 28 de agosto de 2010

Parascavedecatriafobia

 
Também chamada de frigatriscaidecafobia, essa palavra de 23 letras se refere ao pavor das pessoas pela sexta-feira 13. A superstição é, na verdade, uma combinação de dois medos separados: o medo do número 13, chamado triskaidekafobia, e o medo de sextas-feiras.

Para a origem da sexta-feira 13 como um dia de azar há várias versões. A mais forte delas seria o fato de Jesus Cristo ter sido crucificado em uma sexta-feira e, na sua última ceia, haver 13 pessoas à mesa: ele e os 12 apóstolos, inclusive Judas. 
 
Outra versão, proveniente da mitologia nórdica, diz que a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem à palavra friadagr = Friday = sexta-feira em inglês). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianis-mo, a lenda transformou Friga em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.

O Código de Hamurabi, criado 1700 a.C. teve a cláusula 13 excluída por superstições Alguns estu-diosos relatam que o grande dilúvio aconteceu numa sexta-feira.

Coincidência ou não: em 13 de Dezembro de 1968 o governo militar do Brasil decreta o AI-5; o pior incêndio de florestas na história da Austrália ocorreu em uma sexta-feira 13 de 1939; a queda do avião que levava a equipe uruguaia de rúgbi nos Andes foi em uma sexta-feira 13 de 1972.

Nos Estados Unidos cerca de 8% da população sofre com a parascavedecatria-fobia.

Isso tudo pode parecer apenas superstição, mas os prejuízos são bem reais: segundo estudos de um instituto da Carolina do Norte (EUA), a data gera no país prejuízos que vão de 800 a US$ 900 milhões, com pessoas desistindo de viajar de avião, de se casar, realizar eventos, trocar de carro, vender imóveis, fechar negócios.

Por: Arthur Rocha

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

De volta


Antes de tudo ;p postando aqui de volta, uns três meses depois de meu último post. Confesso que sentia falta de escrever aqui, mas faltava o estímulo de voltar (acho que era isso). De qualquer forma, retornando com algo que escrevi hoje mesmo e acabei de postar. Espero que eu não suma de novo, farei o possível pra atualizar o blog.


E algo importa?

E não importa onde ela comprou aquelas roupas, a etiqueta já se foi mesmo.
E não importa que alguém na rua pergunte onde foi, ninguém fala sempre a verdade mesmo.
E não importa se a vizinha tem um igual, nunca saem juntas mesmo.
E não importa que tenha que dividir em dez no cartão, a mãe dela nunca paga em dia mesmo.
E não importa quantos olhem torto pelo rabo do olho, ela gosta de aparecer mesmo.
E não importa que tenha que chegar de ônibus, pode descer uma parada antes e vir andando que dá no mesmo.
E não importa se parecer que veio a pé, muda de assunto que é melhor mesmo.
E não importa se deu uma de metida pra entrar naquela festa, quem fica na sua nunca ganha nada mesmo.
E não importa que perguntem do namorado, ela não queria ficar com ele mesmo.
E não importa quantos dêem em cima dela a noite toda, não veio ali pra curtição mesmo.
E não importa o quão longe ele esteja, seu alvo já esta na mira mesmo.
E não importa que alguém ache estranho, senta na primeira fila de perna cruzada mesmo.
E não importa o quanto ele já tenha olhado, fechar os botões do vestido? Não mesmo.
E não importa que tenham-na visto encostando o corpo nele, todas estavam com ciúmes mesmo.
E não importa se ele não quis gastar com motel de luxo, o luxo de verdade vai vir depois mesmo.
E não importa que tenha que ter ido aos jornais, celebridade também faz escândalo mesmo.
E não importa que a barriga já tenha crescido, ele foi obrigado a fazer o DNA mesmo.
E não importa que tenham passado três anos brigando na justiça, a pensão ficou acertada em onze mil mesmo.
E não importa que chamem Kátia de vagabunda ou golpista, mãe alcoólatra, pai viciado em jogo, encostar barriga no tanque, caixa de supermercado? Passado que ela não quer lembrar mesmo.

Por: Arthur Rocha.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Soletrando para acabar com a obesidade

Charges sempre conseguem passar muito em poucas linhas e imagens. Com a situação precária do ensino público, podemos tornar a obesidade infantil erradicada no nosso país. Talvez seja por isso que países como os EUA tem altíssimos índices de pessoas obesas ou com sobrepeso.
Por: Arthur Rocha.

sábado, 3 de outubro de 2009

O Elogio

Patrícia Pessimes, uma jovem advogada de seus 28 anos, ainda estava progredindo em sua profissão. Formada há uns poucos anos, saíra da faculdade já contratada por um escritório de advocacia no qual faria parte da sociedade, dividindo-o com mais três amigos.

A relação entre os sócios fora muito boa durante os dois ou três primeiros anos de parceria, no entanto, de uns tempos para cá, Patrícia e seus companheiros andavam divergindo em alguns pontos e ela sentia que, mais cedo ou mais tarde, os demais chegariam para ela e lhe proporiam algo em troca de sua saída do escritório.

Andava cabisbaixa por uma rua escura nesta sexta à noite. O tempo estava frio e Paty ainda se tremia dentro de seu sobretudo. Foi então que uma senhora de lenço na cabeça passou por ela em direção oposta. Esbarraram-se. Patrícia porque não notara a mulher vindo em sua direção, uma vez que se distraíra observando os livros e montes de folhas de processos cujos braços carregavam exaustivamente; já a velha mulher não parecia ter batido de frente com Paty ocasionalmente.
Assustada, falou, com espanto e de sobressalto, um “desculpe” para a mulher de lenço em cores fúnebres. Ela levantou o rosto e fitou Paty cautelosamente, parecia que enxergava a alma da moça através dos olhos de Patrícia que fechou e abriu as pálpebras como quem não acreditasse muito bem naquilo que seus olhos pareciam lhe mostrar.
A rua já estava bem mais escura e a temperatura parecia ter caído mais uns três graus, pelo menos essa era a sensação térmica sentida por Paty. Mais uma vez olhou para a velha e essa ainda a fitava, dando, em seguida, um sorrisinho de leve por entre os dentes amarelados.
Patrícia pediu licença e já estava se endireitando para ultrapassar a mulher que se virou para a jovem advogada e proferiu em tom amável: gostei de seus olhos, não enxergo muito bem à luz do dia, tenho fotossensibilidade, mas durante a noite vejo perfeitamente bem. Gostei deles. Paty fez uma cara estranha, como quem achasse o elogio pouco necessário. Em seguida, respondeu-lhe: até seriam bonitos, não fossem esses meus óculos que os escondem e acabam realçando minhas sobrancelhas que, infelizmente, eu detesto; sem contar que sempre tento escondê-las transpassando a franja do cabelo e encobrindo-as, mas nem sempre resolve, pois acho minhas orelhas não grandes, mas um tanto desproporcionais para o meu rosto, então acabo deixando o cabelo mais solto para disfarçar, além do que, me disseram que eu não fico bem de franja, ela cobre minha testa e acaba achatando meu rosto que já não tem um formato muito elegante.
A senhora parecera ter ficado confusa no meio de tantos adjetivos. Fez uma expressão de descontentamento e voltou a falar, desta vez segurando nas mãos da advogada. A luz de um poste próximo encandeou a mão da senhora sobre a mão da jovem, podendo-se notar o quão discrepantes eram as mãos das duas. Paty sentia com sua mão lisa e delicada, alva e de unhas bem feitas a aspereza da mão grosseira que se postava sobre a sua. A senhora então disse que um dia já fora preocupada com essas coisas todas, porém o tempo lhe ensinara lições muito importantes e ela já aprendera a dar maior relevância a outros aspectos da vida. Quando se é jovem qualquer espinha é um tumor maligno, qualquer volume a mais no cabelo é um passaporte pra amargura, qualquer fio fora do lugar é um salto no precipício.
O mesmo oxigênio que usamos para respirar envelhece nossas células e, com o decorrer dos anos, ele nos leciona valores fundamentais pra se manter sempre jovem, mesmo com 64 anos. Paty sentiu a senhora apertar com força sua mão direita. Tive quatro filhos, ela disse, todos lindos e saudáveis, mas de que adianta terem se tornado pessoas sadias do ponto de vista fisiológico e por dentro não possuírem o mínimo de compreensão, sentimento, reciprocidade. Nada. Hoje, sozinha, ando por ai sujeita à sorte do tempo.
Patrícia sentiu a frieza com que a mulher falava de como levava a vida, ao passo que também sentira a amabilidade com que falara dos filhos. Olhou para a pele enrugada da senhora e viu as profundas marcas de dor, batalha e superação fortemente traçadas sob os olhos, no centro da testa, nas laterais do rosto. Pensou, então, nos poucos vínculos que possuía com a vida, não tinha familiares na cidade, todos – que se resumiam a um tio, uma tia e dois primos – residiam no Norte, os pais já falecidos e irmãos não havia. Segurou a lágrima. Palpitou o peito. Ressecou-se a garganta. Contraiu-se a pupila. Encolheu os dedos. Esfriou-se a mão. Estalou-se o pé esquerdo.
O que estaria fazendo nesse mundo? Onde estavam os sonhos que não mais perseguia? E o intercâmbio na Inglaterra? E a visita aos parentes do Norte? Todos esses pensamentos ocorreram de modo tão repentino e veloz que a senhora ainda estava com a mão sobre a da moça e ainda olhava para seu rosto tão expressivo agora depois de todas essas reflexões.
Paty perguntou para onde a mulher estava indo. Foi respondida com um simples “nem sei, para onde Deus quiser me levar”. Paty só tinha seu emprego, nada mais lhe prendia àquele lugar, emprego que já estava prestes a perder. Disse para si mesma que voltaria para os tios, e de lá poria em prática todos os planos que havia feito durante a faculdade: do intercâmbio à publicação de um livro. Sentiu a senhora soltar seu braço e dar-lhe um tapinha encorajador no ombro. Paty correu em direção ao seu carro usado e recentemente adquirido o qual se encontrava uns sete metros mais adiante. Jogou tudo o que trazia nas mãos em cima do banco traseiro, baixou o vidro do motorista e acenou para a velha que a essa altura já nem mais se encontrava naquele local.
Com uma das mãos sobre o volante, fechou o vidro com a outra e pousou a mesma mão sobre um pequeno papel que estava entre os documentos judiciais que vinha carregando. “Boa sorte”. Sorriu enquanto segurava. Ligou o motor do veículo, engatou a marcha e saiu na estrada à direita.
Por: Arthur Rocha.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O salto para a vida

Léa Bleiman, Alicja Zofia Nuzsy ou mesmo Léa Mamber tem sua história real contada pela escritora Célia Valente em “O salto para a vida” (editora FTD, 133 páginas, 1998). Os três nomes, apesar de diferentes, tratam da mesma pessoa: uma mulher batalhadora e apaixonada não só pela vida, mas também por viver.

Célia Valente, nascida em Cairo – Egito, além de escritora, é jornalista e veio para o Brasil em 1959. Ela já trabalhou na revista Exame da Editora Abril, na Gazeta Mercantil, na Folha de S. Paulo e na Editora Nova Cultural. Célia escreveu esse livro a partir dos depoimentos de Léa Mamber, judia polonesa residente no Brasil, e com eles construiu uma narrativa envolvente, instigante e, acima de tudo, que serve de exemplo para os leitores.
Léa é judia e, por isso, durante o avanço das políticas Nazistas, mais especificamente com o início da Primeira Guerra Mundial, sua vida mudará completamente de rumo. A jovem que morava com a mãe Elka acaba tendo seu cotidiano abalado com a invasão das tropas de Adolf Hitler ao território polonês, onde Léa residia. Todos os familiares de Léa são exterminados pelos nazistas e apenas ela consegue escapar num “salto para a vida” que dera quando ainda estava com a mãe num dos vagões de trem que as levaria para campos de extermínio de judeus. Elka se separa da filha e vai parar num dos campos de concentração, sendo executada e alvo das arbitrariedades nazistas.
É através da fuga que Léa passa a viver ilegalmente como alemã. Adota nova identidade - Alicja Zofia Nuzsy – e passa a viver entre os alemães nazistas secretamente. Ao longo de anos, acabou adotando não só essa, bem como outras identidades, na tentativa de sobreviver frente ao avanço dos regimes totalitários em boa parte da Europa do século XX.

Somente depois de muitas provações e de se sobrepor a tantos obstáculos, Léa encontra Natan Mamber, com quem se casa e, depois de pouco tempo morando na Polônia, os dois resolvem se mudar para o Brasil, numa tentativa de deixar para trás a Europa pós-guerra, completamente arrasada e afundada em dívidas, em especial com os EUA que posteriormente viria a se apresentar como a potência que hoje é. Em 1947, no novo país, o casal Mamber desembarca em São Paulo e só depois vai para Curitiba. No mesmo ano se deslocam para Mafra, interior de Santa Catarina, onde criam os três filhos e passam a ganhar a vida como comerciantes. Em 62 morre Natan, vítima de um câncer. O mesmo viera a ocorrer com Léa em 1993.
O livro é bastante ilustrado, trazendo muitas fotos e documentos reais que auxiliam no processo de leitura, o que aproxima ainda mais você leitor da história de luta de Léa para escapar da perseguição Nazista. Uma história verídica cheia de reviravoltas e bastante emocionante que vale a pena ser conhecida.

Por: Arthur Rocha.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Übermodel e embaixadora

Foi numa cerimônia em Washington Square Park - Nova York - que a übermodel Gisele Bündchen se tornou, novamente, foco dos muitos holofotes da mídia. Dessa vez não foi por conta da gravidez já tão comentada de Gisele com o marido Tom Brady - filho que, por sinal, já tem até nome: Gabriel - mas sim pela sua nomeação como embaixadora da boa vontade pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês). A entrega do título pelas mãos do diretor executivo do Unep, Achim Steinero, correu no último domingo (20).

Como defensora do meio ambiente, a modelo internacional mais famosa disse: “O meio-ambiente sempre foi minha paixão. Cresci numa cidade pequena [Horizontina - RS] e tive a oportunidade de viver cercada pela natureza. Precisamos agir agora para que as gerações futuras tenham a mesma oportunidade. A Mãe Terra é o nosso sistema fundamental de vida e se nos tornarmos conscientes e responsáveis agora, podemos ajudar a preservar o planeta”.

Para aqueles que acham que celebridades em favor do meio ambiente é só uma questão de moda, com a über Gisele é bem diferente. Ela possui várias iniciativas pessoais: o reflorestamento da vegetação ribeira na região onde Gisele nasceu; a criação de um desenho animado na internet que apresenta Gisele como uma heroína do meio-ambiente; participação como membro da Aliança Floresta Tropical; criação de um site para ajudar na conscientização das pessoas ante as questões ambientais do planeta; e o apoio financeiro em projetos como o Ikatu Xingu, Nascentes do Brasil, De Olho nos Mananciais e Florestas do Futuro.

Por: Arthur Rocha.
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